segunda-feira, 10 de julho de 2017

SONETOS
 
Por Joaquim A. Rocha


quadro de Malhoa



Tenho alma de herói e de poeta,

Trago Camões metido no meu bojo;

Por ele ainda hoje ando de nojo,

Na sua obra tracei a minha meta.

 
Cupido alvejou-me com sua seta,

Comi carqueja, feno, muito tojo;

Por ele andei de cócaras, de rojo,

Segui às curvas numa longa reta.

 
Tudo isto que escrevi era mentira

Se eu vivesse em pura ilusão,

Chamasse pechisbeque à safira...

 
À urtiga rainha do sertão.

Eu não confundo cores com olfato,

Em tudo tem de haver luz e recato. 

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